sábado, 2 de maio de 2015

Ilha de Marfim

Pobre é o mundo dos cartesianos
Separado, mutilado, desconexo
Corpo é máquina, breve os anos
Será a vida algo incomplexo?
 
Injusto é o testemunho do avanço
A ele nada natural possui valor
Custeia a fome, causa ranço
Desconsidera a vida, eleva a dor.

Bruxas e natureza, Bacon condenou
Pobres mulheres, todas injustiçadas
A Mãe Natureza o homem escravizou
Graças a Bacon há mentes embaçadas.
 
Diga seu preço amigo cientista
Homens de terno querem saber
Pense por eles, enganado altruísta
Logo descobrirá o amargor do conhecer.
 
Onde está meu refúgio? Castelo de marfim
Lá me esconderei até que chegue o fim
Quero poesia para ler neste meu confim
Onde está meu refúgio? Castelo de marfim.
 
Temo continuar com minha profissão
Um livro para ler é tudo que procuro
Penso em não deixar o mundo na ilusão
Mas caminhar pela maré é mais seguro.
 
Por existência entende-se grande conexão
Toda a vida se relaciona, mantém uma teia
Nada que acontece se passa em vão
Pois todo ocorrido tem uma reação em cadeia.
 
Não há raciocínio que seja correto
Ao estudar o espaço iremos nos anestesiar
Pois nos objetos sólidos o vazio é certo
É incrível como as aparências amam enganar.
 
O mundo não precisa mais de cartesianismo
Esse método não atende às novas expectativas
Tem se tornado feitor do grande antagonismo
O mundo precisa é de boas perspectivas!
 
Onde está meu refúgio? Castelo de marfim
Lá me esconderei até que chegue o fim
Fugi da política, mas ela veio a mim
Onde está meu refúgio? Castelo de marfim.
 

Alexandre Roberto do Nascimento Júnior
1º ano Direito - Diurno
Introdução à Sociologia
Filme "Ponto de Mutação"

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