Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Faca rasa, solução falha
Auguste Comte, filósofo francês e defensor de uma completa reforma intelectual no homem, desenvolveu a "Teoria dos Três Estados" na qual discorre sobre as distintas fases que as ciências e o espírito humano percorrem: a teológica, a metafísica e a positiva. Nesse sentido, considera-se como ideal a última, caracterizada pela subordinação da imaginação e argumentação à observância, privilegiando um racionalismo imediato sobre os elementos que regem os fenômenos.
A utilização de tal método empírico, apontado como o mais avançado, pode trazer equívocos sérios e ações ineficazes. Verifica-se assim no assunto desta semana, a criminalização do porte de arma branca. Se partirmos da premissa positivista, temos uma causa superficial, aquele que sai de casa com faca deseja cometer um delito, e uma solução diversas vezes denominada "tapa buraco, ou seja, sem consequências capazes de mudar estruturalmente a vida social, condenar ao regime fechado quem portar tais objetos.
No entanto, ignorando essa problematização simplista, definida pelo Positivismo, e considerando aspectos mais profundos, será possível constatar uma provável falta de oportunidade de geração de renda, proveniente de uma deficiência escolar, provocada por um sistema educacional abandonado pelo Estado, que levou o indivíduo a cometer infrações nas quais o benefício a ser adquirido são aparentemente maiores e melhores do que a miséria ou punição.
Além disso, outros problemas atuais trazem teores comteanos, como a redução da maioridade penal que criminaliza uma vítima da sociedade capitalista. Portanto, deve-se deliberar corretamente sobre os fenômenos do cotidiano para não ocorrer excessos ineficazes.
Victor Lugan- 1 ano direito- Noturno
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