segunda-feira, 20 de abril de 2015

René, em poucas linhas.


A dúvida, a incerteza e a indagação sobre sua própria existência e de tudo o que nos rodeia foi um traço marcante em René Descartes. O filósofo, nascido na França no contexto renascentista, não atuava como um cético qualquer, apenas não se contentava um receber um conhecimento pré-estabelecido, sólido, denso sem ao menos se questionar sobre sua veracidade. Afinal, os juízos formulados do mundo partem de “um homem de letras em seu gabinete”, como cita o autor, sem o menor contato com hábitos, culturas e experiências externas inerentes ao ser humano.
Ao discorrer do “Discurso do método” percebemos que Descartes parte de determinado conhecimento já consolidado para estruturar e realizar suas indagações. Ele, sempre que possível, reconstrói as visões de mundo e as lapida como forma de alcançar o conhecimento e a verdade. O aperfeiçoamento dos seus juízos, em sua opinião, levaria o homem à aproximação de Deus.
 Este ser uno, inclusive, não chega a ser alvo de dúvidas. Para ele, há quem nunca alcance o espírito além das coisas sensíveis para acreditar na sua existência. Uma citação de Voltaire exemplifica e contextualiza de forma ímpar tal entendimento: “O mundo me Intriga. Não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro”, em outras palavras, como poderia o universo funcionar de forma tão harmoniosa semelhante a um relógio, sem a existência, por detrás deste espetáculo, as mãos de um singular relojoeiro.
Portanto, René alterou de forma substancial o entendimento de mundo e o conhecimento tradicional. Sua máxima, “Penso, logo existo” perdura. Ela foi capaz de duvidar da existência humana e logo em seguida confirmá-la como verídica, já que “para pensar, é preciso existir”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário