segunda-feira, 20 de abril de 2015

O EXISTIR PÓS-MODERNO CARECE DE FUNDAMENTO

Pensar a sociedade pós-moderna como marcada por intolerância e ódio poderia ser apenas uma mera remissão ao passado ocidental – não é, infelizmente. Valores advindos do senso comum,  tratam a diversidade de cor, de condição social e econômica, de gênero, de visões políticas, e cultural na dualidade superiores e inferiores, dignos de viver ou morrer. A demonização, tornar o outro desprovido de nossas “qualidades” como representantes do Mal, encontrada na Inquisição Católica ou nos Regimes Autoritários, ainda está presente.
René Descartes, contemporâneo das grandes expansões comerciais marítimas, dos desmandos monárquicos e das arbitrariedades da Igreja Católica, e um dos inauguradores da ciência moderna, preconiza a dúvida sistemática ou hiperbólica como mecanismo para o conhecimento da realidade. Tudo deve ser posto em dúvida. O conhecimento se solidifica apenas se perpassa à mais dura crítica. Por meio do método cartesiano,  separa-se sujeito (ser humano) e objeto do conhecimento (conquanto ainda tenha Deus por fundamento). A máxima “Penso, logo existo”, traz a existência do ser pensante como certeza e princípio lógico para compreensão e transformação do real.

Acerca da desumanização da vida é necessário refletir. Os valores reproduzidos diariamente em nosso comportamento são culturais, fruto da História humana. Não há de sagrado nisto, por isso, devem ser questionados e quando necessário para a boa coexistência humana, extinguidos ou modificados. No “cogito” cartesiano, o bom uso da razão é o caminho mais seguro para se buscar a verdade.

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