sábado, 18 de abril de 2015

O cartesianismo em Piketty

     O filósofo francês René Descartes revolucionou o modo de se fazer ciência e produzir conhecimento, algo persistente nos dias atuais. Seu método consiste no puro racionalismo, em detrimento de elementos tais como os sentidos e o chamado senso comum - o qual não possui embasamento teórico. Em sua obra, "Discurso do Método", o autor prega a existência de uma "filosofia especulativa", a qual não gera informações úteis à vida, dizendo que é possível e preciso chegar a conhecimentos que visem ao "bem geral de todos os homens".
     Nesse contexto, surge Thomas Piketty, autor do bestseller "O Capital no Século XXI". O economista francês, em seu livro, denuncia as mazelas do capitalismo neoliberal utilizando-se de estudos específicos e dados concretos, abrindo mão do senso comum e, dessa forma, confirmando o método cartesiano.
     Ademais, ao contrário de Marx, Piketty apresenta soluções possíveis no terreno do próprio capitalismo, como aumento do imposto sobre altas rendas, maior transparência nas transações bancárias, fortalecimento de grandes instituições democráticas, entre outras. Como pregava Descartes, o cientista deve não apenas descrever informações obtidas por meio do estudo racional, mas também saber utilizá-las com a finalidade de colocá-las a serviço do homem buscando, assim, o bem comum e o domínio da natureza.
     Dessa forma, percebe-se a contemporaneidade do cartesianismo. Mais do que nunca, é preciso perceber também a importância desse método a fim do desenvolvimento técnico-científico, o qual vem beneficiando toda a humanidade. Enfim, os ensinamentos de Descartes devem ser apreendidos a fim de que a ciência atinja seus fins práticos e transformadores.


Renan Djanikian Cordeiro
1º ano do Direito Noturno

   

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