domingo, 26 de abril de 2015

Reflexões sobre o estado da produção científica nacional

No contexto atual brasileiro, a ciência é uma das últimas prioridades do governo, enquanto deveria estar entre as primeiras. Sempre com o discurso de economizar recursos para áreas mais "importantes" da sociedade, congressistas e governadores cortam de uma só vez a credibilidade científica do país. Dessa maneira, já fomos expulsos de vários projetos internacionais de cunho científico, como da Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês); e estamos prestes a nos ver expulsos do Observatório Europeu do Sul, projeto que colocaria o país no meio da maior comunidade astronômica do planeta. É percebível então a visão de que as ciências em geral, principalmente a astronomia, são vistos como "inúteis" aos olhos dos políticos brasileiros, uma vez que não produziriam resultados digamos, pragmáticos e consequentemente populistas. 
Todavia, isso não passa de hipocrisia por parte de muitos desses políticos, pois enquanto o Congresso Nacional custa R$ 20 bilhões por ano, o orçamento inteiro do Ministério de Ciência e Tecnologia não passa dos R$10 bilhões. Seria cabível então ressaltar aos gestores públicos, que a ciência é crucial na construção de uma democracia realmente livre, pois essa mesma ciência tem, segundo Francis Bacon, o papel de desmistificar a realidade. Ao acabar com o senso comum, a ciência eleva o ser humano,e em contraponto ao próprio senso comum, pode ser sim muito pragmática e trazer resultados palpáveis. O próprio ramo da Astronomia que esses políticos julgam ser tão desnecessária no contexto atual do país, nos trouxe de satélites aos sucos em pó.

Túlio Tito Borges - Primeiro Ano Diurno

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