domingo, 19 de abril de 2015

Meça sua razão


O racionalismo cartesiano teve grande importância na história da filosofia. Pois, rompeu com a busca tradicional do conhecimento ao defender que a razão seria capaz de transformar o mundo, controlando as forças da natureza e colocando-as a serviço do homem. Isto é, ela perde seu caráter meramente contemplativo.
Neste contexto, Descartes, em sua obra Discurdo do método(1637), elege uma regra metodológica que o orientará na busca de novas verdades.A qual possui os seguintes preceitos: a aceitação exclusiva do indubitável como verdadeiro, a divisão das dificuldades e a ordenação que presecreve o trânsito do simples para o complexo.Sendo assim, o melhor caminho para a compreensão de um objeto de estudo é a ordem e a clareza com que processamos nossas reflexões. Uma dificuldade sempre será mais bem compreendida se a dividirmos em uma série de pequenos problemas que serão analisados isoladamente do todo.
Essa visão, no entanto, se perpetuou pelo tempo e ainda se faz presente na sociedade contemporânea e, muitas vezes, é interpretada com algo prejudicial. Uma vez que, o racionalismo excessivo nos levou a acreditar que todos os fenômenos complexos podem ser compreendidos se reduzidos as suas partes constituintes. Em outras palavras, nossa capacidade de perceber o todo de maneira expandida no tempo e no espaço está comprometida.

Exemplo disso é a ineficácia do modo de pensar cartesiano nos casos em que organizações ficam imersas em problemas complexos, que são aqueles que envolvem muitas variáveis, alto dinamismo , relações intrincadas e diferentes interesses sobre a questão.Já que, foca nas partes, não no todo. Foca nos objetos isolados, não nas relações. Foca na visão linear, não na circularidade.Não é à toa que vemos crises de percepção também nas empresas.

Yasmin Commar Curia. Primeiro ano do Direito noturno.

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