Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
domingo, 26 de abril de 2015
Bacon e a fundação da ciência moderna
Em sua concepção de conhecimento com a finalidade social e prática de transformação da condição humana, Francis Bacon, o iniciador do Empirismo como corrente filosófica, inaugura um novo ideal de Ciência e domínio da natureza. Ao pregar a interpretação do mundo por intermédio da experiência, bem como a observação e tradução da realidade como fundamentais à concepção de razão, Bacon sistematiza os elementos fundamentais à explicação da natureza íntima das coisas em seu aspecto de experiência material, do que existe e pode ser observado.
A Ciência abandona sua forma meramente contemplativa e tem instaurada sua importância na transformação e construção de algo relevante à sociedade, o que dimensiona uma nova ideia de Modernidade: utilizada como instrumento para os propósitos civilizatórios da burguesia vigente, bem como para a compreensão do processo produtivo da época. Liberta o homem da situação de dependente da natureza e o coloca na posição de dominador, o que pode ser considerado a matriz do Capitalismo como hoje é conhecido.
Ao criticar a ciência como mero exercício da mente (guiada por si mesma), assim como constatações alcançadas somente pelo raciocínio ou suposições, sem o devido amparo da realidade, Bacon estabelece falsas percepções do mundo, denominadas por ele de "Ídolos". Apenas com a superação de tais percepções equívocas e com a regulamentação da mente por mecanismos da experiência, a ciência como descoberta e interpretação do mundo é possível.
A atualidade de Bacon está na descoberta científica como compreensão da natureza. A busca de novo conhecimento por meio da exploração e experimentação ilimitada, o que posteriormente influência o Materialismo Dialético de Marx: a razão firmada no mundo real, compreender o mundo para propor sua transformação. A ciência baconiana leva em conta a verdade íntima das coisas e, por não pretender encaixar o mundo em suas ideias, se faz transformadora ao descobrir e interpretar o mundo como ele o é.
Alice Rocha - 1° ano Direito - Noturno
Nenhum comentário:
Postar um comentário