segunda-feira, 5 de maio de 2014

"Rolezinho" e o clamor por igualdade

Estamos imersos no sistema comandado pela lógica do capital, no qual o mantra “Time is money” é ecoado frequentemente .Quando a prática é o consumo,todos somos levados a exercê-la de forma servil , visto que o importante é o enriquecimento de alguns, os quais são privilegiados por tal sistemática.Assim,surgem as diferenças sociais,em que estes privilegiados enriquecem e outros tantos  sustentam tal riqueza sem dela usufruir.
Assim, essa maioria desafortunada é segregada para a periferia,onde,não raro, tornam-se invisíveis sociais que apenas servem como trabalhadores obedientes e consumidores servis.Recentemente, surgiram movimentos sociais como os “rolezinhos”,os quais servem como um grito dessa classe tão marginalizada,que clama: “EU EXISTO!”.
Reunidos ,na maioria das vezes, em shoppings, o “rolezinho” mostra que essa classe esquecida pode ter acesso as marcas e a produtos de alta tecnologia que até então eram monopolizados pelos dominadores.Logo,os trabalhadores saíram dos balcões e hoje podem ocupar  o mesmo espaço de seus patrões.
Tal desobediência é considerada um ato contra a propriedade,o livre exercício da profissão, a segurança pública  e da manutenção da ordem,essa tão propagada pelos positivistas como essencial para se obter o progresso.A fim de manter a ordem e acabar com essa desobediência surgem juristas como Alberto Gibin Villela,que condena a prática do “rolezinho” impondo a esse ato rigorosas sanções, mesmo reconhecendo que uma minoria contida nessa manifestação é capaz de atos ilícitos.

Deve-se reconhecer o “rolezinho” como um fenômeno social legítimo,o qual serve para mostrar que a manutenção da ordem vigente faz com que surjam invisíveis sociais que almejam por maior visibilidade e igualdade social. O “eu existo!” ecoado nos “rolezinhos” não é pior que o “Time is money” imposto em nossas mentes pela lógica do capital, ele é apenas uma consequência que clama por maior igualdade.

Gabriela Losnak Benedicto-1º ano Direito Noturno

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