domingo, 20 de abril de 2014

Comte e a sociedade pós-revolucionária.

      A sociedade europeia pós-revolucionária parecia disposta a derrubar os antigos pilares do absolutismo e dos resquícios medievais no pensamento, nas artes, na organização social, etc. Nesse sentido, surgem movimentos em prol da razão, do pensamento desprovido de crenças e misticismo. A ordem é formular novas formas de pensar.
Nesse sentido, Comte surge com a proposta de uma sociedade cartesiana, que respeite a hierarquia em prol de um bem maior, que uniformize o conhecimento humano em virtude de um progresso único. A própria crença do progresso como melhora linear do gênero humano é uma construção desse período.
      Assim, podemos dizer que Comte é claramente um fruto legítimo de seu tempo. Embora os ventos da retomada absolutista, no século XIX, ou as novas formas de pensar holisticamente, ou a filosofia oriental, próprios do nosso tempo, tenham ofuscado a forma positiva de pensar, ela ainda é insistente e soberana nas ciências.
      Devemos repensar o positivismo? Sempre! Como prática, como método, como raciocínio, como organização social...o positivismo é apenas e tão somente um fruto do seu tempo: o século XVIII e XIX. Um fruto importante, relevante e decisivo, mas está sujeito ao ostracismo do próprio progresso que idealizou. A sociedade convulsiona buscando novas formas de organização que superem as barreiras da hierarquia. O multiculturalismo, o advento do pensamento liberal e a busca por novas formas de organização vão com o tempo acabar com o positivismo.Que esse dia chegue, mas que não apague a importância de Comte para o pensamento Ocidental.
 
Victor Abdala de Toledo Piza - 1o ano - Direito NOTURNO

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