domingo, 23 de março de 2014

A emancipação do pensamento

Quiçá a curiosidade humana acerca dos mistérios da vida tenha sido o combustível para o desenvolvimento da Filosofia e da Ciência. Porém, por muitos anos a forma de conhecimento mais propagada estava ligada a explicações mitológicas e religiosas, nas quais o homem cumpria apenas o papel de espectador. Todavia,
o Renascimento Cultural e Científico rompeu com os paradigmas do pensamento Medieval à medida que se aproximou da retomada de valores clássicos e antropocêntricos. Foi nesse contexto que o pensador iluminista René Descartes desenvolveu um novo método de pensar descrito em sua obra “O Discurso do Método”.

Tal metodologia do pensamento consiste em uma ideia de universalizar e sistematizar o conhecimento, afastando-se das formas pré-concebidas do saber, tais quais as formas sobrenaturais e as certezas inquestionáveis. (“Nada de sólido se pode construir sobre alicerces tão pouco firmes”).  Assim, ele coloca a dúvida como um importante instrumento para obtenção das verdades, sendo necessário um questionamento racional – dúvida metódica - sobre os assuntos para, dessa forma, melhor compreendê-los e explicá-los.

Além disso, o método cartesiano aponta para uma emancipação do pensamento moderno, uma vez que o homem deixa de ser o objeto para tornar-se, enfim, o sujeito das suas próprias descobertas, desvendando os mistérios do mundo por si só.  Ademais, Descartes segue a linha racionalista de pensamento ao apontar que a razão é uma capacidade inerente de cada homem e que, assim, o ser existe por ser, em primeiro lugar, um ser pensante, da máxima cartesiana “Penso, logo existo”.

Logo, inegavelmente Descartes deixou como legado um método que foi um dos mais importantes marcos para a organização e reprodução das ideias científicas – como um “divisor de águas” para o conhecimento - sendo, inclusive, aplicado na educação até os dias atuais.

Luiza Fernandes Peracine - 1º ano Direito Noturno 

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