segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Quem primeiro nos educou?


A educação que molda nossa forma de ver, sentir e estar no mundo. No sentido adotado por Durkheim , é ela que introduz nossos valores e nos prepara para a vida em sociedade. Com ela temos a cultura , fato social que nos toma em seu contexto como atores delimitados à sua esfera. Mas qual a origem da cultura?
Se compararmos cultura à educação teremos educadores primitivos, os que inventam a cultura, sendo esta fruto de algo anterior, pois ela não deriva do nada. Um exemplo cultural é o funk de periferia que derivou do funk soul, música negra americana. Ambas frutos da marginalidade social, esses estilos musicais surgiram da materialidade da vida nas periferias, a resistência à cultura dita erudita, a forma de linguagem , que retrata o comportamento de um determinado grupo, são exterioridades de uma forma real de vida.
O RAP se encaixa nesse contexto ao denunciar a realidade de determinadas áreas periféricas. O cotidiano violento proporcionado pela  escassez de recursos materiais e pela ação violenta do Estado são denunciados em letras como a dos Racionais MC´s, Sabotagem entre outros.
Saindo do aspecto musical, encontramos culturas de determinadas localidades geográficas, como a do caipira do interior de São Paulo que constroí sua cultura partindo de práticas necessárias de seu cotidiano, utilizando-se de linguagens simbólicas, assim como outras culturas, para explicar certas subjetividades.
Partindo da ideia werberiana, a cultura cria a realidade social. Seguindo esse ponto de vista a cultura criaria as condições sociais existentes. Um exemplo está no âmbito legislativo. A Lei antifumo que proíbe o uso de produtos fumígenos em locais fechados. A lei entra como uma modificadora de hábito. Ao colocar certas práticas na ilegalidade a mesma transforma a percepção social diante de certas práticas, ideologia da legalidade.
O conceito de Weber está  certo ao afirmar que a cultura potencializa determinadas tendências da materialidade, porém deixa vago quando afirma que a cultura cria a materialidade.
O exemplo da lei antifumo demonstra: para existir o hábito de fumar deve existir determinadas circunstâncias que o levaram a fumar, condições materiais, uma vez que não se pode fumar cigarro de tabaco sem tabaco, e que não se pode imaginar a existência do tabaco para depois fumá-lo. 
O conceito de cultura encaixa-se ao de ideologia, segundo o ponto de vista marxiano. Ela seria a educação, educaria o ser humano de acordo com o modo de vida dominante. Com essa ideia a cultura legitimaria  aquilo que a “classe dominante” quisesse.  A aculturação dos indígenas aplicada nas américas exemplifica o uso da cultura como ferramenta de um grupo dominante.

A importância da educação é fundamental, porém não explica a sua origem, deixando-a no plano das ideias , assim como a “norma hipotética” de Hans Kelsen, que ao explicar que a norma positivadas são o jurídico e que a constituição é a lei máxima, que surge não do embate social, mas de “princípios ideais. Para que se exista uma educação é preciso existir um educador e esse educador deve ter sido educado, caindo assim num círculo vicioso que não se resolve.

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