segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Protestantismo e capitalismo

A obra "A ética protestante e o espírito do capitalismo”, escrita por Max Weber entre 1904 e 1905 em forma de ensaios que foram complementados e publicados em forma de livro em 1920, apresenta uma análise de como a cultura influenciou a economia, particularmente, de como o protestantismo possibilitou o desenvolvimento e a manutenção do capitalismo.
É importante ressaltar que, para Weber, o capitalismo não surgiu devido às religiões protestantes, mas que estas, diferentemente da religião católica, permitiram que ele fosse entendido de forma diferente, contribuindo assim para seu progresso.
Também é interessante pontuar que outros fatores contribuíram para isso e que eles estavam essencialmente ligados à ideia de racionalização (contábil, científica, jurídica e humana).
Na verdade, é esse racionalismo na busca do ganho econômico aplicado através de ideias e comportamentos que, segundo Weber, definem o espírito do capitalismo.
O principal elemento do protestantismo que dá ao capitalismo força e respaldo é o acúmulo de capital vinculado à ideia de virtude e eficiência, o que fez com que o que antes era mal visto e que depois passou a ser relativamente aceito passasse a ser tido como fundamental.
A produzir sua obra, Weber buscava responder uma dúvida de seus contemporâneos: qual o principal fator a influenciar as mudanças sociais? Com "A ética protestante e o espírito do capitalismo” ele conseguiu mostrar de forma consistente que esse fator correspondia às ideias e convicções éticas, se contrapondo assim a Karl Marx que acreditava que eram as condições econômicas responsáveis por essas mudanças e não o contrário.
A defesa de Weber se torna mais eficaz quando ele compara as sociedades ocidentais às sociedades orientais, mostrando que estas não possuíam nenhum sistema econômico desenvolvido parecido com o capitalismo do Ocidente, provando, com isso, a importância do fator cultural.
Porém, é valido ressaltar que Weber já afirma que a sociedade já havia alcançado um ponto onde o capitalismo se sobrepunha a outros fatores culturais, o que se mostra de forma clara na sociedade atual e que, de certa forma, acaba dando apoio à teoria de Marx, ou seja, a cultura pode ter até influenciado a economia, mas, é inegável, que a economia influencia a cultura.

Letícia Roberta Santos

Texto referente ao livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo”, mais especificamente ao capítulo “O espírito do capitalismo”.

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