sábado, 28 de setembro de 2013

Profissionalização da personalidade

  A ética protestante veio revolucionar o modo de vida não só burguês, mas humano. Ter como filosofia de vida, o trabalho por si mesmo, orientou a conduta ocidental e ulteriormente mundial. “Despersonifica-se” o ser humano, para “coisificá-lo” em trabalhador. O homem deixa de ser O José que trabalha como pedreiro, para se tornar somente O pedreiro. Abandona-se o caráter humano com suas peculiaridades e sua própria personalidade, para adotar uma postura profissional.
  Racionalizar o trabalho foi a questão chave do protestantismo. Crescer, acumular e ter ambição fazem parte do espírito humano, de qualquer nacionalidade ou época histórica. Mas considerar-se predestinado pelo acúmulo de capital retido, sem usufruí-lo é o que inovou nesta nova era da humanidade. Dominar o mundo é construir nele, é saber fazê-lo crescer e desenvolver economicamente, sem se acomodar ou se conformar com sua condição financeira medíocre.
  O capitalismo prioriza a dinamização racional do investimento, racionaliza a circulação da moeda, desejando manter a riqueza durante o tempo, criando uma estrutura imobilizada do capital. Weber quer entender quando é que este fenômeno se inicia, quando que o burguês começa a ser burguês. O processo é contínuo e ágil causando uma revolução moderna efetiva, que regulamente todos os aspectos da conduta humana, seja de sua vida pública ou privada.

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