Max Weber, na obra A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo, investiga as origens desse modo de
produção a partir de um novo prisma. Segundo ele, o capitalismo se originou do
modo de vida de determinado grupo de homens, que detinha o “espírito de
acumulação”. A partir disso, verifica-se nessa investigação que é a expressão
cultural a responsável pelo desencadeamento do capitalismo e não o contrário.
O processo investigativo do modo
de produção capitalista vai ainda mais além, na medida em que se buscou
compreender a singularidade do Ocidente no que diz respeito ao processo de
pulverização de um determinado modo de vida. Deparou-se, desta maneira, com o surgimento
de um método de racionalização, o qual prevê uma espécie de dominação do mundo
ao invés de acomodação às antigas estruturas.
Dessa maneira, depreende-se que
Weber, ao colocar o processo cultural antes mesmo do desenvolvimento do sistema
econômico, possibilita-nos dar cada vez mais importância à questão do papel e
da interferência que a cultura detém na formação de um paradigma social, além é
claro da consolidação de uma ética. Por isso mesmo, que a cultura alienadora no
atual modelo econômico se faz de maneira tão sistemática, mostrando sua eficiência
quando se verifica a função reprodutora da lógica do capital.
Logo, quando se pensa em um processo de
transformação do atual sistema econômico de maneira solida e permanente,
deve-se pensar em um processo que vise à produção de novos agentes sociais, não
como se tem feito até o presente momento segundo a estratégia de reprodução.
Somente desta forma será possível enxergar uma verdadeira superação do modelo
opressor, excludente, e, sobretudo, desumano, para enfim se obter uma forma de
organização socioeconômica mais justa e igualitária, visando uma total perspectiva
irradiadora de emancipação humana.
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