sábado, 7 de setembro de 2013

LIVRAI-NOS DE NOSSAS PAIXÕES, AMÉM!

              O desenvolvimento das ciências carrega consigo a busca por modelos. Em não raras vezes, notória é a procura, por parte dos que se lançam às pesquisas científicas, por leis imutáveis, carregadas de valoração explicativa a quaisquer fenômenos.
            O ser humano necessita de estabilidade. Andar por terrenos movediços traz insegurança, assim, inequívoco afirmar que o anseio por respostas a todos os fenômenos que envolvem a vida, explica-se pela sede de segurança que, neste caso, satisfaz-se pelo conhecimento.
            Quando falo em fenômenos, refiro-me aos naturais e aos sociais. Se no campo biológico, no qual o organicismo se expressa de maneira a propiciar repetições que favorecem a obtenção de fórmulas, teoremas, respostas aos questionamentos, talvez assim não o seja no âmbito das ciências sociais.
Esta hipótese foi muito bem levantada por Max Weber. O pensador revela ser preciso avaliar os fatos motivadores das ações sociais por vários âmbitos. O ser humano é plurívoco em seu interagir com a natureza e com seus semelhantes. Crer que um só campo da vida, de maneira unilateral, motiva a pessoa em seus atos, é pensar a vida minimamente.
E os atos de um grupo, além dos aspectos revelados no macro, para que sejam verdadeiramente entendidos, precisam ser estudados de maneira individual. Cada ser humano manifesta suas paixões de maneira individualizada no seu agir. Ainda que este agir possa ser explicado em âmbito coletivo, no estudo individual é que realmente encontramos respostas pautadas de maior certeza.
Além do âmbito individual, relevante é entender o pensamento de época de um determinado povo. As sociedades se destruíram e reconstruíram-se ao longo da história, e, ao se reerguerem, carregam lembranças e buscam agir de forma a não mais se derrocarem. Isto prova que o tipo ideal de convivência revela-se de maneira histórico-temporal: observando o que os homens anseiam no seu tempo, entendemos suas manifestações sociais.

Como nós hoje temos nossas paixões engrenadas com a tecnologia de nosso tempo, assim o era no passado, e o será no futuro. Tentando se afastar de seus princípios axiológicos, o mais possível, bem como estudando pormenorizadamente as atitudes individuais dentro dos grupos e os seus valores, é que o pesquisador social achará as concretas razões que determinam as ações sociais praticadas por aqueles.


Postagem referente à aula sobre Max Weber -
Antônio Rogério Lourencini - Direito Noturno.

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