segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Burguesia sem poesia


"As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução"



Esse trecho pertence à música de Cazuza chamada "Burguesia" que, mesmo escrita em 1989, possui notáveis semelhanças com o que foi descrito no Manifesto Comunista, de 1848. Isso mostra que Marx e Engels realmente acertaram boa parte do que esperavam dos acontecimentos futuros, tornando sua obra com mais de um século de idade ainda atual.


"A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras"

Segundo o Manifesto, a história é composta por um ciclo marcado pelo antagonismo de classes que sempre se repete. A burguesia, apesar de criticada, já foi revolucionária, porém suas conquistas tinham em vista apenas seus próprios interesses, o que desencadeou um novo ciclo, no qual esta é a classe dominante e os proletários, a dominada. A exploração tornou-se direta, indiscreta e brutal, não mais velada por ilusões religiosas e políticas. Apesar disso, os burgueses trouxeram avanços principalmente na área de comunicações e tranportes, o que possibilitou não só a globalização e a expansão do mercado, mas também uma maior união dos trabalhadores explorados.

"Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês"

A superprodução torna-se fora do controle e a cultura do excesso entra em processo de autofagia. Conforme descrito no manifesto, caberia ao proletariado unir-se e retomar aquilo que sempre foi seu, acarretando o fim do antes eterno ciclo de antagonismo de classes, pois a existência dessas cessaria. Apesar das críticas, uma série de medidas aparentemente impossíveis em um primeiro momento transformaria o modo de produção e a propriedade em si. Seriam desfeitas as amarras da cultura da sociedade burguesa e a poder que esta possuía.

"A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia"

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