segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A modernização racional burguesa

A obra O manifesto Comunista, 1848, apresenta de modo sucinto a realidade-nova- da época e suas contradições. Segundo Marx, as relações produtivas e trabalhistas estão alicerçadas no mercado a fim de que o Capitalismo possa expandir seus horizontes de dominação. Dentro dessa problemática, a Ciência Moderna exerce um papel de suma importância: ela é instrumento de dominação e de transformação do Capitalismo, visto que, ao diminuir as dimensões espaço-temporais, aproxima os homens da realidade. A burguesia é vista como uma classe revolucionária, uma vez que ela possibilitou a emancipação humana, isto é, o aumento da capacidade humana de dominar a natureza, o mundo. 
“A burguesia, pelo aperfeiçoamento rápido de todos os instrumentos de produção, pelos meios de comunicação imensamente facilitados, arrasta todas as nações, até a mais bárbara, para a civilização”. (...). Pela primeira vez, uma classe passa a não só exercer domínio político, mas também a buscar tornar todos os homens semelhantes. Com isso, a indústria moderna, por sua vez, estabeleceu relações de mercado mundial. Ocorreu uma interdependência universal.
Analisando essa questão, Marx critica a burguesia, a qual, embora tenha expandido a capacidade produtiva, limitou a capacidade de seus principais sujeitos. Apenas uma classe é que se apropria realmente da civilização, a maioria dos homens somente se submete ao mercado e ao trabalho. Esse fato se reflete na Modernidade: uma minoria restrita usufrui de privilégios políticos, econômicos, sociais, enquanto a grande parte da sociedade é marginalizada e alienada.

Como toda dinâmica dialética, a qual é composta por formas antagônicas que, ao mesmo tempo, se complementam, para Marx, é possível incorporar as vantagens do Capitalismo para se chegar a uma nova realidade da mesma forma que a burguesia superou o modo de produção feudal a partir do que ele tinha de contraditório. Assim sendo, o autor acredita na superação do capitalismo pelo operariado.  Marx aborda a necessidade de destituir burgueses de sua propriedade para que os produtos possam ser partilhados por todos e, dessa maneira, ocorra uma revolução socialista. No entanto, hodiernamente, isso não acontece. A luta de classes continua, não obstante, elas não alcançam as dimensões aspiradas pelo autor.

Marina Cavalli - Direito diurno

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