sábado, 7 de setembro de 2013

A constelação de possibilidades do agir social centrada no individualismo particularista

            Max Weber, importante pensador do século XX, traz de volta ao cenário intelectual a visão de que a ciência social, que para o pensador possui a função elementar de compreender o sentido da ação social, não deve, a priori, sustentar-se em pilares político-ideológicos. Para a teoria weberiana, fazer pesquisa científica dentro das ciências sociais, utilizando de ideologias políticas, sejam elas revolucionárias ou conservadoras, é se valer de regras monológicas tal como o fazem as ciências exatas e biológicas. A problemática desse modelo é não convencer suficientemente o que motiva e desperta interesse no indivíduo, num primeiro momento, a tentar compreender os fenômenos sociais, se para ele esse conhecimento adquirido futuramente não servirá de maneira prática para atuar na sociedade; uma vez que a atuação social é praticada dentro do campo político e, portanto, caberia a outro indivíduo, que não necessariamente se valeria do conhecimento sob a mesma ótica e para os mesmos fins que o pesquisador, instrumentalizar esse saber.
            O individualismo metodológico de Weber prevê o indivíduo como elemento fundante na construção do sentido da mudança social e, dessa maneira, entender profundamente as origens, contradições e pluralidades da conduta de cada indivíduo seria a maneira ideal de entender a ação social como um todo. Diferentemente de Karl Marx, que acreditava que o determinante social é o modo de produção e reprodução capitalista, Weber não consegue prever um determinante social único, pois a realidade concreta é extremamente complexa, multifacetada e repleta de valores, que para ele são anteriores a qualquer modo de produção. É apoiado nesses ideais que Weber critica o método marxista do materialismo histórico dialético, afirmando ser esse um modelo dogmático, impositivo e determinista do tão variável agir social.

            Por mais que a teoria weberiana ensine que ampliar a teoria, focando no indivíduo e na constelação de possibilidades do agir, é o método mais adequado para que não seja ignorado nenhum elemento crucial na análise, o método de Weber se apresenta particularista, ideal e insuficiente para responder as questões mais profundas dessa sociedade tão complexa e contraditória que é a contemporânea. Focar nos valores individuais em busca de explicações mais profundas é relativizar demais o concreto, o material. É fechar os olhos para as injustiças visíveis - e até as não visíveis - que alguns atores sociais promovem materialmente sobre outros, como inclusive a implantação de valores e crenças, que num primeiro momento podem parecer primitivos do indivíduo, de toda uma classe sobre os indivíduos mais fragilizados da sociedade.

Amanda D. Verrone - 1º Ano Direito Noturno

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