segunda-feira, 27 de maio de 2013

Reacionário pelos sentimentos: uma confissão

("A revolução em primeiro lugar", de André Dahmer, da série "Revolução em curso")

     Friedrich Engels, importante sociólogo do século XIX, em sua obra Do socialismo utópico ao socialismo científico, traça os caminhos a serem percorridos por uma sociedade que busca uma distribuição justa dos seus bens produzidos, critica aqueles que pensaram de maneira deveras idealizada a revolução do proletariado, critica ainda, não sem lhes dar o devido mérito, os burgueses revolucionários da França, e defende profundas reformas na sociedade daquele século.
     Por fim, mas de maneira tão importante quanto, Engels, agora, apropriando-se um pouco do pensamento de Karl Marx, companheiro de obras e na causa Comunista, explica o chamado “materialismo dialético”, o modo síntese-antítese pelo qual caminharia a sociedade, com o que deveria se apossar os trabalhadores para a derrubada do império do capital burguês. Não se deve, segundo o autor, deixar-se dominar pela paixão revolucionária outrora presente no movimento Iluminista, mas, imbuídos do espírito racionalista científico, a análise dos casos de maneira inteligente é fundamental.
     Contudo, não devemos confundir esse rigor metodológico com levar-se uma vida política, culpando o capitalismo pelo sol que nasce atrasado, o burguês pelo vazio de ser...
     Saibamos arquitetar a revolução, sejamos políticos racionais marxistas, por que não, porém, não sejamos meros burocratas, como a tão criticada elite. Não sejamos copiadores e coladores de discursos muitas vezes vazios. “Vivamo-nos”, nem racionais socialmente, nem passionais politicamente.


Eduardo Matheus Ferreira Lopes, Direito diurno.

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