sábado, 25 de maio de 2013

O desinteressante é chamado utópico


No texto “Do socialismo utópico ao socialismo científico”, segundo Engels, as diversas críticas e métodos alternativos ao capitalismo seriam responsáveis por formular um socialismo eclético e medíocre. Por isso, seria necessário “situá-lo no terreno da realidade”, o que foi feito utilizando o método da dialética no materialismo histórico, semelhante aos de Hegel e Marx. Caberá aqui neste texto citar um pouco do socialismo utópico, no qual suas ideias não pareceram idealizadas, e sim apenas desinteressantes aos interesses políticos ordinários.

Engels inicia a sua crítica ao antagonismo de classes descrevendo os ideais implícitos da Revolução Francesa. Segundo ele, os princípios universais relacionados aos direitos do homem apresentavam a justiça burguesa, na qual a igualdade nas leis, o direito de propriedade e o contrato social dariam origem à república democrática burguesa: a “razão eterna [...] não era mais que o senso comum do homem idealizado da classe média que, precisamente então, se convertia em burguês”.  Também é interessante o apontamento feito sobre a indústria: “sobre as bases capitalistas converteu a pobreza e a miséria das massas trabalhadoras em condição de vida da sociedade”.

Como exemplo de socialismo utópico, é citado o Charles Fourier, o qual “pega a burguesia pela palavra, [...] seus interesseiros aduladores de depois da revolução: Poe a nu, impiedosamente, a miséria material e moral do mundo burguês”. Também relaciona a posição da mulher como barômetro natural da emancipação geral. Após dividir a história da civilização em quatro fases, o selvagismo, a barbárie, o patriarcado e a civilização, denomina a última fase como elevadora, de forma complexa e hipócrita, dos vícios da barbárie.

Posteriormente, é dado o exemplo de aplicação de ordens justas na indústria como fez Robert Owen: deu condições mais humanas de vida, diminuindo a jornada de trabalho, e criou os jardins de infância, para a educação da prole. Mesmo assim, o valor e os lucros da empresa aumentaram. No entanto, ele ainda considerou seus funcionários escravos, pois não podiam desenvolver racionalmente o caráter e a inteligência. Apontou também a importância do lucro produzido pelas novas forças produtivas, as máquinas, o qual poderia ser a base para reconstrução social e a propriedade coletiva, o comunismo oweniano. Depois disso, perdeu sua posição social e foi execrado da sociedade oficial tradicional.
Juliane Siscari de Andrade- Direito Diurno

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