segunda-feira, 15 de abril de 2013

     Inspirando-se em Platão, não nos surpreende que René Descartes veja na matemática a ciência ideal para a construção de seu método, o qual está associado ao desenvolvimento de um raciocínio lógico e abstrato, distante, portanto, dos equívocos promovidos pelas impressões que recolhemos da realidade resultante dos sentidos.
     O desafio contido no método cartesiano está em "por onde começar", ou seja, se devemos duvidar de tudo o que se encontra diante de nós.
     É  isso que leva Descartes em busca da primeira verdade, aquela sobre a qual não pode pairar qualquer tipo de dúvida e que pode ser afirmada com convicção indubitável. Afinal, se devemos duvidar de tudo temos que fazê-lo de forma sistemática. A única dúvida que não pode se sustentar é a inexistência  da dúvida. Decorre daí que a dúvida é minha certeza, e esta certeza é fruto do ato de pensar, que é individual. Como cada pessoa pensa por si mesma, a dúvida é a comprovação da existência, "Penso logo existo".
     O cogito adquire grande importância dentro do pensamento cartesiano já que ele é o elemento que comprova nossa existência, confirmando o "eu" como algo incorpóreo, como o próprio pensamento, desprovido de qualquer matéria.
     A constatação da existência do cogito, leva Descartes a a classificação de duas realidades: a incorpórea, na qual o eu, o espírito, é o ser existente e a corpórea, material, que Descartes vê como extensão do eu. Essa constatação leva Descartes a uma outra verdade: a existência de Deus. Para ele nada mais natural do que esse resultado, já que é preciso garantir a existência da ideia do eu.
     Para Descartes,a única certeza que podemos ter é que essa ideia origina-se de Deus, cuja existência é comprovada  pela sua própria perfeição, afinal, se o cogito é verdadeiro, ele nada mais é do que uma concepção, uma ideia. Se tenho a ideia do cogito, ele existe. Portanto, a ideia de Deus é real e Deus existe.

Ana Claudia Gutierrez Kitamura 1° ano Direito Noturno.

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