segunda-feira, 15 de abril de 2013

Aquele homem hipócrita




Émile Durkheim, filósofo francês e pai da Sociologia, afirma que “a consciência pública, pela vigilância que exerce sobre a conduta dos cidadãos e pelas penas especiais que têm a seu dispor, reprime todo ato que a ofende”.

A sociedade atual – nesse critério – não difere daquela da época de Durkheim: existe a exigência de certas normas e padrões a serem seguidos. Caso contrário, a pena é clara: olhares de reprovação, sussurros irônicos, sorrisos sarcásticos.

Imagine aquele homem. Aquele homem que acorda diariamente às 6h da manhã, toma café e dirige até seu local de trabalho; que discute com os advogados e fica inconformado com o tamanho da saia de sua nova estagiária; que almoça uma salada e vai para a academia; que liga para sua esposa que se encontra em Paris à trabalho e faz promessas de amor a ela; que ouve música clássica e que tem seu mundo girando em torno da pontualidade.

Esse homem é seu vizinho, seu marido, seu pai, seu colega de trabalho, seu amigo, seu irmão. Esse homem é um hipócrita; pois, assim que as portas se fecham, esse homem se transforma. E como não se transformar? A perfeição é exaustiva e os pedestais facilitam a queda daqueles que aceitam ser colocados em seu topo.



Ana Clara Tristão - 1º ano Direito diurno

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