sábado, 23 de março de 2013


Segundo Decartes, todo objeto de estudo deveria ser fragmentado para seu melhor entendimento,  o que explica sua visão mecanicista do mundo.  No filme “Ponto de Mutação” baseado no livro de Fritjof Capra,  onde três personagens dialogam a respeito de suas visões de mundo, há uma forte critica à esse método cartesiano, que contaminou todas as áreas da vida humana contemporânea. A personagem que desfere a critica é uma física, que passa por uma crise existencial ao ver seus conhecimentos serem usados para desenvolvimento armamentista.  Ela afirma que essa ideia de desagregação é essencialmente prejudicial e ultrapassada, uma vez que dificulta a percepção do mundo como um todo, interligado, conectado.

Os outros dois personagens são um político, candidato à presidência norte-americana,  e um poeta em crise de meia idade. Durante todo o dialogo,  a física faz uma reflexão a respeito dos fundamentos da existência humana e da importância das relações entre nossos pensamento e ações. Toda a natureza, segundo ela, deve ser entendida de maneira organicista, e portanto o entendimento das alterações ambientais, bem como a solução dessas, compreende uma visão do todo, e não de partes dele.

A presença do politico é contundente , pois ele simboliza a possibilidade de mudanças nessa forma de ver e tratar o mundo, afinal, o que o cidadão espera de um politico ao votar nele, senão que ele faça o melhor por nós. Entretanto, ele afirma que por trás de boas ações há sempre instituições poderosas e falcatruas partidárias que impedem tais ações, a não ser que elas lhes sejam úteis.

Por fim, vejo como finalidade da obra o despertar da reflexão em cada um,  de que somos parte de um todo e nossas ações interferem e modificam-no. Somente com a passagem do pensamento cartesiano, multifacetado para o pensamento de unidade  será possível resolver os problemas de ordem ambiental e interpessoal e viver de forma harmoniosa.

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