segunda-feira, 25 de março de 2013

Saber é poder


            No filme Ponto de Mutação, um político frustrado, um poeta melancólico e uma cientista em descrédito com o mundo se encontram e geram uma fantástica discussão acerca do planeta, do homem, da natureza, do governo, do que é abstrato e do que é real que culmina sendo um ponto de modificação para cada um, gerando reflexões que os fazem reavaliarem seus próprios valores, suas visões de mundo e até como se veem em relação à sociedade.      
            O filme gira em torno da questão do homem, que apesar de ser uma criação da natureza, a destrói visando lucro, poder e recompensas materiais. O homem vê o mundo como uma maquina, onde peças formam um todo que funcionam mecanicamente, usando-o quando acreditar ser necessário. Mas o que dá ao homem o direito de usá-la? A resposta é o poder, um direito não dito ou estabelecido por nenhuma lei, o poder advindo do dinheiro que determina o que será construído, destruído, pesquisado e descartado. Essa visão mecanicista tirou a humanidade do próprio homem, em que todos conhecem os problemas globais, todos sabem como o pensamento ecológico é necessário, mas todos voluntariamente colocam em si mesmos uma venda para esses problemas, afinal a própria política econômica nos ensina que o pensamento individual se sobrepõe ao coletivo, e o pensamento econômico é infinitamente mais poderoso que o ecológico.  
De acordo com a cientista do filme, a resposta está em uma palavra: renovação. Renovação de ideais, de valores, transformar a consciência da população de que o mundo é um lugar descartável, dar valor à vida humana e à natureza como um todo, cuidando do planeta visando que este seja um local não nocivo para as gerações seguintes. Esse tipo de sabedoria difundida na população emanaria um forte poder que seria capaz de mudar todo o sistema pelo qual o planeta é regido.

Micaela Amorim Ferreira - Direito Diurno

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