segunda-feira, 25 de março de 2013

Qual é o seu lugar nisso tudo?

Uma cientista desiludida com a aplicação científica, um dramaturgo em crise e um candidato a presidente dos Estados Unidos se encontram em um castelo medieval na França e passam o dia discutindo sobre a Ciência. Esse é o enredo de "Ponto de Mutação" (Mindwalk, 1990). Simples, mas o cenário ideal para conflitar ideias. Ideias de uma visão cartesiana-newtoniana e de uma visão de sistema. Segundo esse paradigma de que o mundo é um grande sistema, os problemas mundiais -a fome, as guerras, doenças, abalos ecológicos, desigualdade, preconceito, etc. - nada mais são do que prognósticos do problema de percepção individualista do homem. São amostras de esgotamento.

E o que a cientista propõe, com base em observações quânticas, é que o mundo é um conjunto de relações, um verdadeiro sistema. Nada é individual, nada é sozinho, dez "probleminhas" resolvidos nunca resolverão a crise verdadeira. Não que o método cartesiano não tenha funcionado. Funcionou, libertou o home, mostrou o que é ciência e qual o papel do ser humano na natureza, mas depois de alguns séculos esse paradigma não é mais o caminho a ser seguido, ele vai até um certo ponto. E é preciso extrapolar essa barreira.

 Mas ao não romper esses limites o ser humano cria leis abstratas, economias sugadoras, políticas hipócritas e não volta o seu olhar para a própria humanidade. Prefere criar remédios para aliviar a fome na África, do que perdoar as dívidas; prefere arrancar um órgão do que abandonar os fast-food´s e comer melhor.

O homem não é apenas um ser que modifica a natureza, que abusa, que doma, que denuncia suas "imperfeições" para depois corrigi-las, não, o homem é parte da natureza. Ele tem um papel. E ao não perceber isso, ele destrói a sua própria sociedade. O homem já encontrou o caminho, só falta encontrar seu lugar no universo, abandonar as ideias antropocêntricas e perceber que ele é um com o cosmo.

João Filippe Rossi Rodrigues, 1º ano- Direito (diurno)

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