segunda-feira, 25 de março de 2013

Mindwalk





O filme “Ponto de Mutação” é um retrato não só dos problemas que assombram nosso mundo desde a época da publicação do livro em que foi baseado, mas também da própria subjetividade do ser humano. Uma simples caminhada de uma física, um político e um poeta torna-se uma verdadeira jornada por diversas concepções sobre o mundo, sejam elas contemporâneas ou de séculos atrás.
Há diversas críticas à sociedade ao longo do filme, principalmente no que diz respeito ao caos que as ações humanas predatórias trouxeram à natureza e ao próprio homem. Mas quem é o culpado? E quem traria a solução? Afinal, sequer é possível elaborar uma resposta correta para estas indagações? A conversa entre as personagens talvez traga mais dúvidas, pois sugere a complexidade dessas questões, ressaltando o fato de que jamais podemos colocar todas as frustrações ou esperanças em um único ser, pois todos, querendo ou não, estão interligados de várias maneiras.
Outra questão abordada no filme é a problemática da concepção mecanicista, paradigma já esgotado que trouxe inúmeras consequências ao sugerir que o mundo fosse uma máquina, desvalorizando o conceito de vida. Há também a atitude humana de preferir a cura à prevenção, já que esta exigiria uma mudança extrema de hábitos e do sistema em si (o que desagradaria grande parte da população), tornando a solução baseada nos avanços tecnológicos de certa forma mais simples.
Qual a conclusão certa a se tirar do filme? Não sei, pois a minha talvez seja diferente da sua, o que não a torna errada. Há diversas formas de pensar, de interpretar e de conhecer, todas interligadas, assim como as pessoas responsáveis por elas, pois esta é a essência do mundo, o elemento principal da vida, e esta precisa ser resgatada através de mutações da sociedade e do ser humano.


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