domingo, 17 de março de 2013

Ciência baconiana x contemporânia

              Em seu livro Novum OrganumBacon defende uma a criação de uma ciência moderna em que a busca pelo conhecimento (estudo dos fenômenos naturais) seja feita de forma clara e objetiva com resultados concretos, baseados na experimentação. Desse modo busca-se alcançar a cura da mente dos homens, que se encontra obstruída por falsas percepções, causada pelos “ídolos” (denominação dada pelo próprio filósofo): que são distorções originadas na própria mente humana, tanto universal quanto individual (baseada na formação do indivíduo), e por influências externas, nas relações com outros indivíduos e na disseminação de doutrinas supersticiosas. Essas distorções obstruem a verdade e se torna um obstáculo à ciência verdadeira, representação do mundo que simboliza a real intenção de Deus para os homens.
              A ciência contemporânea, extremamente desenvolvida, tem ligação clara com a doutrina de Bacon na questão da amplificação e evolução do conhecimento inteiramente baseado na racionalidade e em resultados concretos. Ciência tal que, no mundo do capitalismo financeiro, se torna mais um produto comercial, com exportação e importação de informação científica no âmbito medico, tecnológico, mecânico e muitos outros.
Mas a visão religiosa de Bacon se afasta da atual pesquisa científica, em que muitas vezes, há total rompimento da religião e da razão. O que antes era visto como “intenção divina”, hoje é visto apenas como mais um feito da natureza em si, que com a interferência humana buscando cada vez mais conhecê-la, mostra a diversidade de conhecimentos que ela possui. Assim, o pensamento teológico relacionado à ciência na época do filósofo se transforma, atualmente, em um pensamento ateísta.

Micaela Amorim Ferreira - Direito diurno

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