domingo, 24 de março de 2013

A interdependência das coisas

O filme “Ponto de Mutação”, baseado no livro de mesmo nome do autor Fritjof Capra, traz uma nova visão de mundo, multifacetada, com novas perspectivas sobre os diversos aspectos desta. Os três personagens centrais do filme chegam à conclusão de que tudo no mundo está relacionado, invocando, para isso, diversos paradigmas. Desta forma, negam a fragmentação do conhecimento, prática muito realizada atualmente e defendida por Francis Bacon em sua obra “Novum Organum”.O título do filme vem da ruptura do passado com o presente, da passagem do velho para o novo. Para isso, é mostrado ao telespectador que a humanidade precisa mudar sua forma de enxergar o mundo, sair do senso comum e mudar aquilo que não a agrada; mudar sua percepção, distorcida, baseada no individualismo e na separatividade entre pessoas, coisas e eventos. Esse individualismo prejudica a sociedade e a torna insuficiente e incapaz de solucionar seus problemas.Contrapondo o pensamento mecanicista emergente do século XX, o filme prega o sistêmico, propondo a ideia de interdependência de tudo: medicina, biologia, economia, politica, psicologia. Capra nega o método científico cartesiano, reducionista, em favor de um novo, holístico, em que tudo é indissociável.

No filme, vemos que cada personagem mostra uma deficiência em sua percepção: a cientista, apesar de esclarecida quanto à necessidade de mudança, acaba deixando de lado seu relacionamento com sua filha para se dedicar aos seus estudos, faltando, assim, um lado social saudável em sua vida; o político não vê a interdependência das coisas com muita clareza e ao longo do filme aprende com a cientista que a mudança depende das ações humanas; o poeta, por sua vez, tem uma percepção muito clara de mundo, estando, porém em conflito consigo mesmo.
Em suma, o que percebemos ao assistir o filme é que o maior inimigo da humanidade é a própria humanidade, pois com seus valores deturpados, esta, materialista e individualista, prejudica a si mesma. Para que haja mudança no mundo, a própria sociedade deve mudar seus métodos, tomando atitudes mais solidárias, tanto entre os indivíduos, quanto ao meio ambiente.

Steffani de Souza - 1º ano Direito noturno

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