sábado, 28 de abril de 2012

Ordem (para o povo) e Progresso (para os governantes)

O positivismo surge num contexto histórico que abrange modificações sociais, resultantes de um processo industrial que se instalava na Europa. A teoria de Auguste Comte é fruto de uma ideologia ténico-industrial, de caráter fundamental para a compreensão do funcionamento do novo mundo industrial que se consolidava.
Comte acreditava que a sociedade se organizava por leis naturais imutáveis e, para entendê-las melhor, deu origem à física social, responsável por compreender as patologias sociais e devolver a ordem à comunidade.
O mundo se industrializou e a sociedade tornou-se tão complexa por suas relações que, tendo em vista a manutenção da ordem e a continuidade do progresso, verifica-se a necessidade de analisar a fundo o real, abandonando o quimérico ao campo da filosofia tradicional.
Assim, é evidente que muitos governos, ao longo da história, adotaram posturas positivistas – solucionando as patologias sociais e compreendendo cientificamente os fenômenos de uma comunidade – sempre com o intuito de garantir a organização vigente.
O caráter positivista de muitas ditaduras e governos conservadores proferia a ideia de que cada indivíduo deveria ter consciência da importância de seu papel na sociedade e que então desempenhasse sua atividade pensando no bem social. Porém, analisando atenciosamente tal ideia, nota-se que tal discurso serviu para controlar a população e assim atender à manutenção da ordem social, corrigindo a anarquia intelectual existente.
Além disso, o pensamento positivista se vale do conhecimento das demais ciências, além da física social. Esse aspecto científico associado à técnica auxiliou o homem a superar a sua fragilidade, e isso fez com que tal pensamento se consolidasse.
Conclui-se que, o pensamento positivista  serviu perfeitamente como uma autenticação da dominação dos oprimidos pelos mais fortes. É possível observar na sociedade – sim, na brasileira também - a resolução imediata e superficial das patologias, por meio de medidas assistencialistas, que iludem a população de baixa instrução e garantem assim a ordem dentro da camada oprimida, sujeita a revoluções, e o progresso apenas da classe dominante, principalmente, da governante.

Estado Positivo da teoria sociológica de Comte


Ao defender que cada indivíduo possuía uma única função dentro da sociedade, Comte acaba por justificar as formas de dominação existentes no tão recente capitalismo da época e desenvolve uma maneira de embelezar essa dominação.

   Comte afirma que para que os indivíduos mantenham sua função dentro da sociedade devem ter consciência de sua importância além de possuir condições suficientes para exercer tal papel. O que aparentemente parece justificável não passa de falácia. As elites, que comandam a estrutura social, não possuem sensibilidade bastante para instituir a quantidade necessária para uma vida digna da classe trabalhadora. Afinal, quanto mais dinheiro concedido, menor o lucro.

   Portanto, os barracos e os misereis salários seriam, para os dominantes, condição digna de vida. É a visão dos que comandam o Estado que promoveria a reforma educacional e as medidas assistencialistas positivas, o que Comte desconsidera é que essa visão não condiz com a realidade da classe dominada, essa visão é pautada em pré-conceitos, em suposições, não sendo aceitas nem mesmo pelos pensadores que o influenciaram: Descartes e Bacon, por não ser sólida,verificável.

   A teoria de Comte não deve ser desconsiderada, no entanto a aplicabilidade da mesma, mantendo seu caráter dependente, é impossível.
O filósofo Augusto Comte, atravésde seus textos e interpretações acerca da filosofia Positiva defendida por ele, traz-nos a ideia de "Física social". Assim como as leis da física regulam certas situações imutáveis, (a lei da gravidade, por exemplo) os indivíduostambém estão submetidos a certas leis que regulam seu comportamento.  Para Comte, essa é a "ciência da sociedade", necessária para podermos detectar as patologias que a mesma vivencia a fim de restabelecer a ordem natural.
O Positivismo ccarrega em ssua essência a defesa do método como foma de obter o distanciamento do observador, ou seja, o cientista se distancia de suas possíveis paixões, sentimentos, apegos ao objeto. Segundo essa filosofia, o não-estabelecimento de relações sentimentais, leva o observador a se ater ao que é real. Se pararmos para refletir, perceberemos como essa ideia é perceptível nos dias de hoje.
É possível perceber ue o indivíduo atual tenta ao máximo escconder suas emoçõees. Procuramos psicólogos, pois não conseguimos nos abrir com amigos ou familiares; os homens não choram em público pois são fortes, as mulheres, pois não podem mais aparentar serem o 'sexo frágil'. Todos nós tentamos encontrar um esconderijo para nossas verdadeiras emoções. Mas será que a natureza humana não é ser sentimental? Seremos mesmo mais corajosos e bravos se deixarmos nossos sentimentos de lado? Talvez nossa essência, como seres humanos, seja mesmo essa, sentir verdadeiramente e poder expressar o que há dentro de nós.

Maria Cláudia Cardin- 1º ano diurno

Ou ordem, ou progresso


A filosofia positiva que influi na sociedade brasileira e enfeita nossa bandeira nos torna meras marionetes que dançam sem rumo em jogos de poder. A política brasileira se foca em preocupar-se apenas com os problemas aparentes e não com as causas destes. O brasileiro tem fome de quê? Ele tem sede de quê? Qual a sua vontade? Qual a sua revolta?
Infelizmente, essa individualidade não importa, pois somos uma nação. Somos mais de 180 milhões em ação! Nós concordamos com a Lei da Copa, que irá repassar mais de 4 milhões de reais para a reposição da grama nos estádios. Mas só concordamos porque o bem estar da nação não está na educação de qualidade ou no fim da pobreza, pelo contrário, nossa felicidade está na taça Jules Rimet.
Onde se encontram a ordem e o progresso do positivismo? Não consigo vem um setor voltado ao bem social que se desenvolva em bases de ordem e progresso. Mesmo que se desenvolva alguma iniciativa para o bem da nação, se progredir, não estará fundamentada na ordem e na honestidade.
Infelizmente, os ideais que caminham juntos na bandeira do país, só podem seguir caminhos distintos na realidade social.