domingo, 9 de setembro de 2012

Onde a diferença se impõe


     Émile Durkheim em sua obra “A Solidariedade devida à divisão do trabalho ou orgânica” desenvolve o conceito criado por este denominado Solidariedade Orgânica, diferentemente da já tratada Solidariedade mecânica proveniente do mesmo autor, refere-se a sociedades modernas onde o que predomina é a interrelação entre pessoas e não por impulsos mecânicos como nas sociedades pré-modernas.
    A solidariedade orgânica, “onde a diferença se impõe”, se baseia na divisão do trabalho que gerou diferenças sociais complexas, na pluralidade e na especificidade. A divisão do trabalho exigiu a especialização do trabalho, onde o limite do trabalho de um é aonde começa o do outro, assim valoriza-se a individualização do trabalho e da vida. Outrossim, pode-se dizer que devido a isso reduz a relevância da consciência coletiva em detrimento do pensamento individual, da racionalização e mormente do Direito restitutivo que substitui o direito penal e a realidade da validade da lei de taleão – vingança. Com essa especificação do trabalho e das relações há uma especificação do Direito também levando ao Direito restitutivo – restitui coisas ao seu determinado lugar, restabelecendo a sociedade, de modo que sanções não atingem a todos mas a partes restritas especiais; dinamiza; moderniza técnicas e traz o julgamento para o âmbito do Direito, das normas e não para decisões baseadas somente na consciência coletiva, mas mantendo a concepção de direito como coisa social e não mera defesa de interesses individuais. De modo que cada vez mais a  consciência coletiva se embate com a racionalidade – grande valor da modernidade.
     Logo, a solidariedade orgânica representa a realidade vista por Durkheim da sociedade moderna, assim como a solidariedade mecânica representa a visão de Durkheim sobre a sociedade pré-moderna e suas características e concepções.

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