segunda-feira, 3 de setembro de 2012


Émile Durkheim, no capítulo III de seu livro "A solidariedade devida à divisão do trabalho ou orgânica" faz uma análise das sociedades modernas as quais caracterizam-se por sua complexidade, do ponto de vista da maior diferenciação individual e social.  Tais sociedades detém a solidariedade orgânica a qual caracteriza-se pelo enfraquecimento das relações coletivas.

Na solidariedade orgânica ocorre um processo de individualização dos membros da sociedade, os quais assumem funções específicas dentro dessa divisão do trabalho social. Cada pessoa é uma peça de uma grande engrenagem, na qual cada um tem sua função e é esta última que marca seu lugar na sociedade.

A consciência coletiva tem seu poder de influência reduzido, criando-se condições de sociabilidade bem diferentes daquelas vistas na solidariedade mecânica, havendo espaço para o desenvolvimento de personalidades. Os indivíduos se unem não porque se sentem semelhantes ou porque haja consenso, mas sim porque são interdependentes dentro da esfera social.Não há uma maior valorização daquilo que é coletivo, mas sim do que é individual, do individualismo propriamente dito, valor essencial para o desenvolvimento do capitalismo.

Contudo, apenas enquanto observação, é importante dizer que, ainda que o imperativo social dado pela consciência coletiva seja enfraquecido numa sociedade de solidariedade orgânica, é preciso que este mesmo imperativo se faça presente para garantir minimamente o vínculo entre as pessoas, por mais individualistas que sejam. Do contrário, teríamos o fim da sociedade sem quaisquer laços de solidariedade.

Giovanna Cardassi











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