segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Defenderei até a morte o direito de dizê-las?


   Liberdade de expressão é um direito inerente à vida humana, sem ela não há condição de uma vivência digna em sociedade. É mais que isso, como alguns dizem “se expressar é dar vida ao ser”. A defesa intransigente do direito a expressão deve ser um pilar inabalável de qualquer estrutura social; Prevalecendo uma liberdade de expressão, mas com responsabilidade por eventuais abusos.
   O fato é que essa liberdade produz outro direito, tão importante quanto este, de igual intensidade e necessidade, o de respeitar a opinião do outro, assim como a liberdade de expressa-la, geralmente em dissonância com o que se pensa. A questão é que ambos os direitos são coletivos.
   Mas exercer, em plenitude, o direito à livre expressão dispensa, por completo, o cidadão de responsabilidade? O livre escrever, falar, manifestar-se sobre tudo e todos garante uma indissolúvel imunidade? Vale tudo quando o assunto é livre expressão?
   Alguém pode responder que vale desde que fique no plano das ideias, opiniões, do ideológico, que não afete a vida cotidiana. Será? O que digo, escrevo, faço tem ou não repercussão no cotidiano de outro indivíduo?
   Vale transgredir o mais básico, o respeito, baseado no argumento da livre expressão? Ou seja, a livre expressão me garantiria pleno poder para atentar contra a dignidade de uma pessoa? Mesmo de um descendente real? Se a resposta é não, então concordamos que existe um limite extremamente difícil de ser pontuado, porém ele existe.
   Os debates sobre os limites da liberdade de expressão, do respeito a expressão dos outros e a responsabilidade de quem opina são fundamentais na essência do direito de manifestação.
   Quem estuda e trabalha no ramo do jornalismo, por exemplo, sabe que toda ação nesse campo exige uma série de princípios éticos inquestionáveis. Tendo como base a imprensa que só existe efetivamente se há liberdade de expressão, mas só se torna imprensa se existir uma série de regras e limites no tratamento da liberdade.
   Esta liberdade deve ser defendida para todos, mas não se pode deixar que esta fira o direito de expressão da oposição nas ideias. Fato não ocorrido com o sangue azul que lamentavelmente, por intolerância e extremismo, não houve como se manifestar e palestrar. Além de terem ferido os direitos do palestrante, esqueceram completamente dos ouvintes que pagaram pela mesma.

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