segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sociedade evoluída?


Em seu texto a "Divisão do Trabalho Social", Durkheim afirma que a sociedade está baseada em um comum acordo entre os indivíduos, e que isto se chama solidariedade. Há dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica.
A solidariedade mecânica prevalece nas sociedades primitivas, em que podemos observar indivíduos seguindo os mesmo dogmas e valores sociais, como crenças religiosas. É como se as pessoas fossem guiadas por uma consciência coletiva, não há diferenciação entre os pensamentos. Neste tipo de sociedade, as formas de manter a coesão social e a harmonia são preventivas e coletivizadas, visando o bem do grupo. 
Já a solidariedade orgânica, ocorre nas sociedades "complexas", em que os indivíduos pensam e agem de modo distinto uns dos outros. A divisão do trabalho social nessas sociedades é mais evidente, podendo ser observada nas diferentes profissões. Por exemplo, um dentista come em uma pizzaria, o chefe dessa pizzaria vai ao médico, o médico utiliza remédios produzidos por algum químico, este mesmo químico compra produtos industrializados de algum proprietário de fábrica, este proprietário, por sua vez, necessita ir ao dentista acima citado em algum momento de sua vida; os indivíduos se relacionam e dependem uns dos outros direta ou indiretamente. Durkheim chega a comparar a sociedade complexa aos grandes seres vivos, onde os órgãos são diferentes entre si, mas dependem uns dos outros para o bom funcionamento do organismo. Nas sociedades complexas, portanto, as regras não são ditadas por crenças ou valores religiosos e sociais, mas por códigos que estabelecem os direitos e deveres de cada um.
O fato é que a sociedade capitalista, por mais "evoluída" que seja, ainda carrega consigo traços fortes das sociedades primitivas. Podemos observar esses resquícios no linchamento moral da estudante Geyse Arruda, ridicularizada apenas por estar vestida com roupas curtas.

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