sábado, 18 de agosto de 2012

O bom espírito capitalista


Em sua obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, Max Weber mostrou-se preocupado com a compreensão do Ocidente e suas particularidades. Ao longo de seu estudo, no século XX, Weber concluiu que a pura ânsia por lucro não representava o sistema capitalista; segundo ele, o impulso por ganhar dinheiro é geral a todos os seres humanos.
Ainda para Weber, o capitalismo é a dinamização das relações de troca que se desenvolveram rapidamente e a organização das relações de trabalho livre. A racionalização (jurídica, científica, contábil e do homem) é o fator que propulsiona o capitalismo como um sistema e constante desenvolvimento.
Weber encontrou na ética protestante a fundamentação do capitalismo, os preceitos que possibilitavam a sua constante dominação do mercado: para os calvinistas, por exemplo, a ideia da predestinação engendra a ética racional que propulsiona o sistema. Dessa forma, a conduta religiosa que pregava o trabalho árduo como forma de glória divina na terra foi responsável pelo enriquecimento de indivíduos e o fortalecimento do capitalismo, uma vez que o acúmulo de capital deixou de ser visto como ganância, avareza e desvio de caráter para se ligar à ideia de virtude.
Assim, Weber concluiu que o espírito de acumulação do empreendedor protestante não é reflexo do capitalismo, e sim foi responsável por seu surgimento. É evidente que a ética protestante não prega a satisfação material, muito menos a ostentação dos bens materiais, e sim apenas o acúmulo de dinheiro e seu investimento. Dessa forma, diferencia-se do capitalismo dos dias atuais em que o consumo ganhou maior importância em frente ao empreendedorismo praticado pelos burgueses protestantes.

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