domingo, 26 de agosto de 2012

Kratos, sua passionalidade e a consciência coletiva


God of War é um jogo eletrônico, criado para a plataforma Playstation e PSP. É mundialmente conhecido e foi um dos jogos mais vendidos do mundo quando lançado. O protagonista é Kratos, que tem por seu objetivo principal a vingança, ou seja, o seu desejo é matar os seus inimigos, um por um. Logo, a cada inimigo que encontra, Kratos mata brutalmente, sem se arrepender de sua violência.
Paralelamente a isso, abre-se uma interpretação para o capítulo segundo da obra de Émile Durkheim, denominada “A divisão do Trabalho Social”. Nesse capítulo, o sociólogo trata sobre um assunto, que infelizmente permeia a sociedade atual: a consciência coletiva como característica da solidariedade mecânica entre os indivíduos. Percebe-se que a última é, ainda, caracterizada por uma passionalidade, ou seja, não há uma racionalidade sobre os crimes cometidos num determinado lugar e numa determinada época. Eles são, portanto, fruto de um instinto criado pela natureza humana.
Assim, adentrando a uma análise mais profunda, uma situação de consciência coletiva ocorrida recentemente, foi o repúdio com que alunos (se é que assim podem ser chamados) da Uniban trataram uma moça que fora com um vestido considerado curto para freqüentar a faculdade. Ela foi maciçamente chamada de prostituta, em seu sentido mais pejorativo e, por conseguinte, tornou-se famosa pelo acontecimento infeliz. Nota-se, portanto, que todos os que xingaram e humilharam Geisy Arruda, foram movidos por uma solidariedade mecânica, e, desse modo, por uma passionalidade.
Agora, analisando a foto acima, apesar de ser uma brincadeira, leva-se um ar de vontade, seja dos que gostam e dos que não gostam de política, de que o governo deve ter seus integrantes exterminados brutalmente, pelo personagem que representa muito para os gamers, o famoso “Deus da Guerra”. Daí, fragmenta-se um pensamento: o de que o crime de matar e “limpar” o governo não seria considerado um crime grave, exatamente porque a política tem, mesmo atualmente, um aspecto “podre” que ninguém se importaria em executá-la (exemplo de consciência coletiva baseada na passionalidade).
Além disso, nota-se que não só a importância de interpretar os pensamentos de Durkheim, mas também é de extrema importância a aplicação de seus conceitos na concepção atual do Direito Penal e do Direito em si. Infelizmente, no que diz respeito à criticidade das pessoas em relação à algo, é inevitável dizer que elas são cada vez mais atrasadas, na medida em que o tempo passa e a política vai sendo esquecida e as consciências coletivas se fortalecem mais e mais, dando espaço, quase que exclusivamente, à passionalidade.


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