quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Insaciável espírito capitalista (humano)

   A ganância e a vontade insaciável de sempre obter mais do que se tem são elementos próprios da natureza humana, porém, o desenvolvimento do "Espírito do capitalismo”, assim denominado por Weber, foi um resultado das mudanças na configuração econômica e da disseminação dos ideais protestantes. A reforma protestante, principalmente o viés calvinista dela, rompeu com a ideia católica predominante que condenava a busca pelo lucro e a acumulação de riquezas, sendo assim tais elementos foi relacionada à virtude e como o caminho para a salvação. Então, o protestantismo se mostra como o propulsor para uma revolução que modificou o modo de produção e industrial e mais tarde modificou a mentalidade das pessoas.
      As mudanças que ocorreram no modo de produção capitalista na Era moderna instituiu um forte processo de racionalização que se estendeu dos ramos científicos e contábeis, até a conduta humana. E assim institui-se a necessidade de em todas as situações sempre buscar o caminho mais vantajoso. Procuramos o melhor "investimento" a cada instante; em nossas relações pessoais, costumamos manter contato com algumas pessoas que não gostamos apenas pelo fato de que elas representam uma possibilidade de nos beneficiar de alguma forma. As famílias atuais estão se configurando de uma forma em que os pais procuram com mais afinco trabalhar duro e ganhar dinheiro, do que conceber um pouco mais de atenção aos filhos. Chegamos a um estado em que todas as nossas ações se racionalizaram, inclusive as afetivas, e só são feitas mediante um contrato de "custo-benefício inconsciente".

        Então, o resultado da introdução do espírito capitalista na sociedade, acabou resultando na nossa busca incessante por lucro de todos os tipos, e para isso nos esforçamos ao máximo para acumular dinheiro e méritos. Toda essa acumulação não possui uma razão concreta que a justifique imediatamente, há apenas o fato de que desejamos acumular mais a cada instante.  Logo, passamos a viver a base de fortes necessidades de acumulação de capital que não possui um objetivo plausível, pregamos a acumulação pela acumulação. Passamos a viver em nome do dinheiro, que no final não servirá para o nosso lazer, mas para demonstrar que somos capazes de ganhar ainda mais. De certa forma somos escravizados pelo espírito do capitalismo e alimentamos a nossa escravização

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