segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ferramentas burgesas para o proletário


É fácil ver a atualidade da obra de Marx e Engels em cada situação nova que surge no nosso mundo globalizado do século XXI, desde as revoltas na primavera árabe até as crises nos países europeus como a Grécia, por exemplo, sendo que no segundo caso está estampado como a retirada de privilégios não mais do que essenciais de uma população e o abandono de políticas públicas em favor de um fortalecimento da economia pode ser doloroso para um governo e seu povo.
                Para os dois sociólogos, a globalização, mesmo que não enxergada tão claramente em todas as suas inúmeras parcelas, viria com o crescimento da classe burguesa detentora dos meios de produção e ao contrário do desejado pelos mesmos, tal novo período da história mundial seria restrito à aqueles que possuíssem a economia em suas mãos, já que a parte humana seria deixada cada vez mais de lado dando início mais uma vez a uma luta de classes: a menos favorecida em busca de sua parcela do “novo mundo” e a mais favorecida tentando manter sua própria parcela e quem sabe não adquirindo mais algumas.
                Para Marx e Engels a luta de classes seria o motor para o fim do capitalismo, a vontade do proletariado em erguer seus instrumentos de trabalho e se unir em busca de algo melhor traria fim ao capitalismo e se iniciaria outra era, mas não é bem assim que revoluções acontecem atualmente. Se os dois pensadores acertaram em muitas coisas sobre os novos regimes de governo e formas de regimento econômico atuais, erraram, ou não imaginaram o tamanho que poderia chegar o poder do capitalismo e sua influência sobre a população. Tamanho é este poder que as lutas sociais e revoluções do proletário apenas derrubam governantes e mantém a mesma ordem de governo, a mesma sociedade do mérito e do acumulo de capital, transformando a socialismo científico de Marx e Engels em utopia.
                Mas é através do uma das criações do capitalismo, a internet por exemplo, que movimentos em favor de uma maior distribuição daquilo que foi adquirido com a revolução industrial e globalização surgem, nos mostrando que assim como o capitalismo se utiliza de meios para se fortalecer ao utilizar o socialismo, esta idéia mais humanitária também pode começar a usar de ferramentas criadas pelo próprio regime vigente atualmente.

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