domingo, 12 de agosto de 2012

Apologia ao amor


Na historia da humanidade, a luta de classes sempre existiu, e se intensifica com advento do capitalismo, revelando -durante a revolução industrial- a força de opressão que criou situações depredáveis de exploração do operário, culminando em exaustivas jornadas de trabalho, trabalho infantil e infanticídio, através do envenenamento por ópio provocado pelos pais.
Fica muito nítido na obra (o manifesto comunista) a proporção alcançada pelo capitalismo. Domina todas as sociedades, através da ameaça de extingui-las; penetra profundamente no pensar, no modo de produção, no mercado, nas relações socias e até na religião; de maneira jamais imaginável provoca grandes alterações no modo de vida moderno. Com uma nova constituição social e política, com o desenvolvimento tecnológico, que proporciona uma gigantesca expansão industrial, o capitalismo passa a âmbitos globais, com uma intensificação cada vez maior das relações internacionais. Assim, consegue naturalizar a dominação, pois cria raízes profundas no pensamento, ou, no não pensar social.
Atualmente essa “domesticação”, continua e diria que mais forte, os oprimidos não querem muitas vezes acabar com a opressão, mas querem ocupar o lugar dos opressores, para continuar com o vício. È claro que não se pode generalizar. Um  exemplo claro - um pouco tolo, mas que não deixa de revelar o modo de pensar da sociedade brasileira- acontece na novela Avenida Brasil, quando uma mulher que trabalha como faxineira, contrata uma diarista para si, só que a trata com desprezo e arrogância, apenas reproduzindo o que sua “patroa” faz com ela , reproduz um vício, sem nem refletir. Até mesmo em outras novelas, onde o ascendente de classe apenas imita, seja comprando compulsivamente, os atos desprezíveis da classe opressora “criando um mundo a sua imagem e semelhança”.
Todas essas situações só se perpetuaram, pois o capitalismo carrega consigo a renovação, já conhecida por Marx e Engels “A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, como isso, todas as relações sociais”. Assim para não perder o poder, a classe dominante faz concessões sociais, se adapta às novas contradições e as supera, acompanha a dinâmica e se aperfeiçoa - mas que isso não seja interpretado como desvalorização das conquistas sociais, pelo contrário, só ocorrem devido à pressão e luta dos movimentos sociais /populares. Mas qual é o limite de adaptação do capitalismo? E até quando vamos permitir a reprodução impensada dos vícios da classe opressora? Temos que nos conscientizar socialmente para construir uma nação baseada no Amor, e menos nos Interesses egoístas econômicos e políticos/partidários: “E agora, senhora, rogo-te, não como te escrevendo um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros. E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, para que nele andei.”* pois o amor é “benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses... mas se regozija com a verdade...”** e “ aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal”***.
*2 João 1:5-6
** 1 Coríntios 13    *** Friedrich Nietzsche

JESSICA DUQUINI

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