segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Atualidade diante do Capitalismo Mutante



O manifesto comunista, escrito por Marx e Engels, não é apenas um panfleto político. É, na verdade, uma análise mais profunda do sistema capitalista – afinal, apenas podemos expressar opiniões, convergentes ou não, daquilo que temos certa propriedade, certo conhecimento, não é mesmo?! - que põe no papel o contexto de uma condição social provocada pela exacerbada exploração, por uma classe mais alta, de outra inferior. A partir daí, tentam mostrar um segundo caminho, mais humano do que este que se apresentava associado ao Capitalismo.
O Socialismo, nome do antagonismo ao Capitalismo, evoluiu de um Socialismo Utópico ao chamado Socialismo Científico. Pregava-se a igualdade, que só seria possível, como em todas as rupturas de outras épocas, após uma revolução, no caso, liderada pelos operários contra a burguesia – a chamada luta de classes, o motor da história. Na prática, diz-se que o Socialismo figurou no mundo até o início dos Anos 90, época da queda do Muro de Berlim e fim da chamada Guerra Fria, com suposto triunfo do Capitalismo. “Diz-se” porque, na verdade, muitos consideram que o Socialismo não existiu, pelo menos não na essência do pensamento inicial de Marx e Engels. E, pelo mesmo motivo, há a discussão sobre se o triunfo Capitalista seria verdadeiro.
Assim, o Capitalismo de fato venceu? Podemos dizer que não exatamente, quando consideramos a precária situação em que se encontram pessoas de várias partes do mundo, que não têm suas necessidades básicas supridas e chegam inclusive a passar fome. Por outro lado, o Socialismo como conhecemos na prática se mostrou incapaz de se manter tanto como uma oposição ao Capitalismo quanto um Sistema em si. Foi nesse mesmo Sistema que o homem se mostrou extremamente ganancioso – ainda havia alguma dúvida disso?!- e impossibilitado de chegar à igualdade, tanto pelo fato de o homem ser competitivo quanto pelo fato de, extinta a desigualdade econômica, outras já existentes ganham evidência.
Fato é que a burguesia – colocada por Marx e Engels como revolucionária – criou um sistema extremamente adaptável. Assim, podemos perceber que o próprio Socialismo ruiu diante de um Capitalismo que, na verdade, se utilizou de algumas de suas características para aprimorar-se – pelo menos superficialmente. As políticas públicas e mudanças de lei, que oferecem uma ideia de segurança, podem ser consideradas exemplos de adaptações do Capitalismo. Além disso, o operário não se vê mais como uma classe oposta à burguesia, e sim como uma classe aspirante a essa mesma posição. O que antes poderia ser um conflito se transformou em modelo de vida para todos, o que, de certa forma, impossibilita a ocorrência de maiores mudanças.
 Enfim, podemos facilmente perceber que o “Manifesto Comunista” ainda pode ser considerado contemporâneo, não só porque retrata uma realidade social que se assemelha à atual, mas também por já trazer a ideia de fatores importantes, mesmo de uma forma diferenciada - condizente com a realidade e tecnologias da época - na economia e política moderna, como a própria globalização. E indo mais além, se considerarmos as recentes crises econômicas mundiais, podemos vislumbrar um alarme para mostrar ou a necessidade de nova fase, nesse Capitalismo tão “mutante” ou, de fato, seguirmos com um sistema inovador que solucione as falhas capitalistas.


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