domingo, 3 de junho de 2012

Uma questão de prioridades

       Assim como as máquinas contemporâneas à Marx eram um dos grandes tópicos sociais, hoje a tecnologia é uma das maiores engrenagens de toda a economia, de todo o mundo. O avanço tecnológico pode englobar áreas como, saúde, educação entretenimento etc. Para tanto, torna-se ferramenta fundamental na resolução de problemas básicos da população. 
        Alia-se então aos diversos aspectos sociais o capital, já que este de uma forma ou outra manipula o desenvolvimento tecnológico e dá base ä estrutura social. Para a análise da relação entre capital e ciência partindo da interpretação marxista, é necessário primeiro considerar que este era um filósofo e não um economista. Sua visão era muito mais teórica do que prática, destacando-se durante a obra o conceito da alienação. A alienação do trabalhador com relação ao fruto do seu trabalho e ao próprio trabalho mostra-se constante nao apenas no trabalho braçal, mas também no intelectual, devido a mecanização dos processos. Perde-se a noção de uma alteração não apenas física e exterior, mas uma interior, a que transforma o transformador, conceito já antecipado por Marx, mesmo que apenas para o trabalho físico e não para o intelectual. 
       Outro ponto interessante que vale a pena ressaltar é análise das ciências. Partindo do princípio que a ciência engloba tanto o campo das exatas e biológicas como da humanas, podemos afirmar que elas se moldam pelo capital investido. Um exemplo é o investimento das pesquisas voltadas para a área da medicina e estética: a aplicação do capital em serviços voltados para produtos e cirurgias que prometem beleza e rejuvenescimento é muito maior que a aplicação do capital na investigação da cura de certas doenças como chagas, que acomete pessoas de baixa renda. 
            A grande dialética é que se o Estado pouco se intervém, a sociedade fica a mercê das decisões de empresas transnacionais, e, se o Estado muito se inervem, acaba degenerando-se por excesso de poder e transfigurando uma intenção de auxilio social em ferramenta de manipulação da classe que detêm o poder. Há, além disso, o problema de que os investimentos privados apresentam resultados mais imediatos, efetivos -mas dependem da decisão de mercado - e com excelência, já que estimulam os profissionais com prêmios e também criam uma instabilidade devido a competitividade, o que não acontece nos investimentos públicos, permeados por nepotismos e morosidade, mas que também tem uma prioridade social, não apenas comercial. Cuba, por exemplo, é um país socialista, de regime autoritário que possui ótimos investimentos educacionais de origem estatal, possibilitando, assim, que a medicina seja uma das mais avançadas do mundo. Mas resta a dúvida: há a possibilidade de se ter o assistencialismo cubano com o desenvolvimento tecnológico e a liberdade dos paises capitalistas?
 


Anna Carolina Kuusberg 
Camila Bastos 
Fernanda Marcondes 
Karine Hungaro Cunha 
Mariana Moretti 
Rafaella Salomão

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