domingo, 24 de junho de 2012

Um autor weberiano?


            
            Era 1958 quando o autor Raymundo Faoro resolve publicar um livro, que resulta de uma extensa pesquisa referente a todo o processo evolucionário em relação a política brasileira, um livro com o nome de “Donos do Poder: A formação do Patronato politico brasileiro”. A obra analisa toda a história política do Brasil, desde a Revolução de Avis, com seu inicio em 1383 até o período pos-Vargas em 1958.
            A obra, em principio, logo após a sua publicação, provocou certo estranhamento por parte da intelectualidade da época, principalmente na Universidade de São Paulo, composta por acadêmicos como Florestan Fernandes e Francisco Weffort, pelo fato de contrariar a lógica da dialética marxista para analisar a história e ao invés de focar na infraestrutura, como propõe a teoria marxista, o autor se utilizou da analise da superestrutura, que representa o estudo do Estado, ao invés da sociedade civil.
            Além disso tudo, o autor foi um dos primeiros, e principais, intelectuais a usar as ideias de Weber em seus trabalhos. Um exemplo disso é a própria ideia de “estamento” burocrático, na qual todo o livro gira em torno, que é retirada das teses weberianas, as quais por natureza representam uma oposição a dialética marxista.
            Por fim, muito foi dito que Faoro fosse um anti marxista, mas talvez essa não fosse a questão, frente a dificuldade a definir se Marx era um historiador, um economista, um cientista político ou um sociólogo, talvez Faoro apenas fosse um Weberiano.

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