domingo, 17 de junho de 2012

"Subiu a construção como se fosse máquina"







 Uma série de eventos sistematicamente abortados pela nascente burguesia mundial, como a conhecemos, alterou de maneira significativa toda a dinâmica mundial, tornando possível dividir a história da sociedade humana em dois períodos distintos, marcados pela eclosão da supracitada e famigerada Revolução Industrial.  
 Constrói-se a modernidade, não mais na sua concepção otimista de evento progressista, não há cores, a modernidade é monocromática e sua engrenagem é movida unicamente por um elemento artificial e infindável na legitimação pela agregação de trabalho, chamado dinheiro.  
 Todas as relações humanas se modificaram, os núcleos familiares se alteraram, a propriedade privada ganhou ares de elemento sagrado e venerável que deve ser mantido inatingível e o trabalho esvaziou-se de saber.  
 Deixamos de fazer da maquina nossa extensão na superação de nossos limites orgânicos e nos tornamos extensão dela na busca desenfreada pela produção serial. O que poderia emancipar atende aos princípios do mercado suprimindo-nos.  
 A mercadoria tornou-se elemento de fetiche e nos alienamos em demasiados aspectos.  
  Modernizar-se passa a ser entendida como sinônimo de reificar-se. Progresso e barbárie se encontram em sinuosos caminhos que já não levam a lugar algum. 
 O sinal está fechado e continuamos avançando.  


Cota Zero



Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?



Carlos Drummond de Andrade.

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