segunda-feira, 25 de junho de 2012


Em 1904, na Alemanha, era publicada a obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo” do economista e sociólogo Max Weber. Livro este em que o autor busca detalhar a relação entre o advento do capitalismo e a consolidação da ética dos cristãos protestantes.
Inicialmente, Weber dedica-se à detalhar e delimitar o capitalismo como modo de produção de específico momento histórico. Nota-se extremo cuidado ao demonstrar que a característica que define o capitalismo é o racionalismo; seja esse na forma de se trabalhar, de manejar as finanças, de se organizar a produção e até mesmo a vida pessoal.
Ao fazer essa demonstração, a obra inicia a relacionar sua teoria à ética protestante. Para o alemão, a reforma iniciada no século XVI é de suma importância para a formação da sociedade ocidental nos moldes atuais ao propor o conceito de predestinação como estímulo aos indivíduos que movimentam a economia.
Predestinação provem do pensamento que deus, na verdade, nega a ideia de livre-arbítrio ao definir, ainda antes do nascimento do individuo, se ele será ou não salvo e desta forma envia sinais aos escolhidos através da prosperidade financeira. Assim, os adeptos à essa crença tentavam aumentar sua produção e seus lucros, vivendo de forma virtuosa e laboriosa, buscando indicativos de sua ida ao paraíso.
Weber observou essa mudança no pensamento, que retira o foco da Igreja como intermédio entre deus e o mundo material ao definir quem seria salvo atendo-se a dogmas e tradições que conservavam uma economia pouco produtiva e politica estática e cria, aos poucos, uma sociedade dinâmica e integrada.
Como resultado, essa alteração levou à uma busca incessante por produtividade, que colocou a economia como centro de toda sociedade e usando da politica, do direito, da religião e das relações sociais como aspectos e ferramentas para a busca do lucro e da salvação.
Assim, pelo pensamento de Weber, a sociedade como vemos hoje é resultado de uma mudança teológico-filosófico de alcance social, politico e econômico que pôde ser observada em todo o período desde a reforma em si, passando pelo auge do mercantilismo, o fortalecimento da burguesia, as revoluções industriais e revolução de independência americana até ecoando na forma que o capitalismo se apresenta atualmente.

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