domingo, 24 de junho de 2012

A matemática sociológica Weberiana


Ultimamente, o Brasil viveu mais um escândalo político que sobrevoou a mídia por diversos dias: o caso de Demóstenes Torres. Além de a mídia distorcer muito as informações, como dizer que Carlinhos Cachoeira é bicheiro, por exemplo, é de se levar em conta que o acontecimento tomou proporções absurdas, não faltando provas para mostrar à população a evidência dessas.

Indubitavelmente, a corrupção é elemento influenciável no retrocesso sócio-político nacional, porém não corresponde nem a 10% dos problemas brasileiros. Estes possuem raízes históricas, fazendo com que a conclusão que se tira disso é a de que nem a educação nem a corrupção são as causas, mas sim a falta de democracia histórica do país. É aí que entra Max Weber na problematização do tema proposto. O político, na maioria das vezes (sem generalizações), prefere escolher um assunto consensual – como a corrupção – para atingir a população e contaminá-la com o “denominador comum”, expressão esta utilizada por Weber.

Assim, é claramente mais fácil chegar ao eleitorado propondo uma questão que parece de simples resolução do que expor o longo processo histórico-político da sociedade e, desse modo, criar respostas para tal. Como se percebe ao longo do capítulo A ‘objetividade’ do conhecimento na ciência social e na ciência política, o “denominador comum” serve tanto para estabelecer objetivos ruins quanto para os objetivos bons.

Aprofundando ainda mais, cada um é erguido e firmado por uma verdade. Porém, se não houver uma busca ou estabilidade dessa verdade, o homem não se aquieta, buscando a resolução de seus problemas. De outro lado, percebe-se que após toda a reflexão e busca por uma verdade, não encontramos soluções, mas apenas suposições de resoluções. Não obstante, essa facilidade que os políticos chegam aos seus eleitores se deve, exclusivamente, à solidificação das perspectivas de cada um e, por isso, propostas consensuais como a reforma da educação, a erradicação da pobreza e o combate à corrupção são extremamente aceitos na sociedade.

Por fim, chega-se à conclusão de que transformações drásticas na política brasileira serão improváveis, pelo menos nas próximas décadas, pois a aceitação de um consenso de promoção de respostas é inegável. Tal conclusão pode estar equivocada, levando em conta que a França é um exemplo atual de transformação política. Porém, o que se seguem são as tendências, as quais dificilmente alguém é capaz de refutar. 

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