segunda-feira, 25 de junho de 2012


“Favelado, preto, pobre? Ladrão”. É esse o discurso, ou o tipo ideal, que ouvimos na maioria das vezes a respeito de pessoas negras hipossuficientes que moram na comunidade.   
Contudo, será correta essa visão do senso-comum determinista? Será que só pelo fato de um cidadão negro estar caminhando sozinho a noite, ele furtará quem cruzar seu caminho? Será que uma criança hipossuficiente negra está fadada a se utilizar de meios ilegais para conseguir seu sustento?
Estamos cansados de ver nas notícias casos de políticos corruptos, que roubam o dinheiro público. E eles são negros ou pobres? O salário mensal de um deputado federal é de aproximadamente 26 mil reais, além disso, o Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil mostrou que apenas 2,1% deles são negros. Roubar o dinheiro do povo acarreta em muitas consequências fatais, como pessoas morrendo nas filas do SUS, 14 milhões de analfabetos e cadeias superlotadas. Esses sim são os verdadeiros bandidos, que desviam o dinheiro da população e a mata indiretamente, e não o cidadão que mora na favela.
Assim, devemos repensar nossos – pré - conceitos a respeito de negros pobres que moram na favela, pois antes de serem os vilões, muitas vezes eles estão morrendo por conta de alguém que a classe dominante colocou no poder e nós fechamos os olhos para a desigualdade, deixando-nos ser guiados apenas pelo senso-comum.
Como já diria Marx, “proletários do mundo todo, uni-vos!”. Logo, em vez de pré-julgar, deveríamos nos juntar a esses “ladrões” e, com o perdão do trocadilho, roubar o poder dessa escória. 

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