domingo, 17 de junho de 2012

Educação de Papel



“We don't need no education
We dont need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teachers! Leave them kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall.”

Another Brick In The Wall - Pink Floyd


Através de uma reflexão sobre o texto O Capital, de Karl Marx, é possível questionar a educação na civilização industrial, no sentido de que esta muitas vezes existe apenas na formalidade da lei e não tem como objetivo ideológico a emancipação do indivíduo, a sua formação humana e crítica.

Na Inglaterra, em um dado momento durante o pleno funcionamento das fábricas, estabeleceu-se uma escolaridade mínima, isto porque as crianças eram utilizadas como mão de obra nas indústrias e tal fato, muito alvo de críticas, fez ser necessária uma postura protetora do Estado. No entanto, será que a educação na referida situação era apenas de papel e não tinha lugar na prática?

Parece que assim como no tempo da revolução industrial, a educação de fato não se concretiza na sociedade contemporânea brasileira. É dito que as crianças devem frequentar as escolas por pelo menos nove anos, porém não se comenta a respeito da qualidade do ensino, das condições estruturais das salas de aula, ou mesmo dos salários dos professores.

Mais do que tudo isso, é interessante para o Estado ter uma população sem conhecimentos, uma população de trabalhadores “braçais”, de pessoas focadas plenamente nas tarefas as quais lhe foram designadas pela vida, afinal, desse modo não terão tempo de observar e pensar nos seus atos e na própria realidade. 

Outra possibilidade pode ser o fato de que um povo sem estudos é mais suscetível a se tornar massa de manobra, verdadeiros "tijolos na parede". Seja como for, o inegável é que temos um problema severo com a educação no país e que os direitos das crianças e dos adolescentes, apesar de muito belos no estatuto, somente neste encontram espaço, somente acontecem no papel.







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