sábado, 16 de junho de 2012


 As facetas do trabalho infantil


     O capitalismo veio sofrendo inúmeras modificações ao longo da história. Ao mesmo tempo em que se afirmava como sistema econômico, tornava-se cada vez mais racional e mecânico: a maquinaria ficava mais volumosa, as funções dos operários passavam a possuir um caráter mais específico e introduziu-se a mulher e, finalmente, a criança em tal lógica econômica.
     A criança foi útil para a burguesia, pois podia exercer funções que seriam simples para um homem adulto, recebendo bem menos do que um. Maus tratos, condições precárias e inúmeras horas de desgaste físico faziam parte da rotina desses infantes.
     Com o passar do tempo, os males do trabalho infantil passam a ser considerados e, dessa forma, vistos com maus olhos pela óptica humana. Mesmo assim, não são raros os casos, na atualidade, de crianças submetidas à realidade do trabalho. Muitas multinacionais localizadas em regiões em pouca evidência, por exemplo, encerram verdadeiros conglomerados de crianças trabalhando em situações, muitas vezes, tão desumanas quanto às do desenvolvimento das primeiras indústrias.
     Em vista disso, torna-se praticamente impossível o não repudio ao trabalho infantil. Mas, afinal, seria possível o trabalho infantil caracterizar-se como algo não opressor e bom? A análise da sociedade atual possibilita que a resposta seja sim.
     É cada vez mais frequente o ingresso de crianças em atividades consideradas como trabalho e que, entretanto, não comprometem o bem estar desses jovens e são considerados prazerosos pelos mesmos. Desde tenra idade, diversos meninos e meninas entram, por exemplo, para o futebol, balé, ginástica olímpica  e, inclusive, para a indústria cinematográfica; além de satisfazerem-se com a atividade em questão e receberem remuneração, é possibilitado a eles, em vários casos, o orgulho pela conquista de prêmios e medalhas.
     Assim sendo, fica claro que o trabalho infantil originou-se visando-se o lucro, sendo realizado de forma desumana. Mas, embora esse trabalho ainda seja feito, majoritariamente, contra o bem estar da criança que o exerce, pode-se dizer que, atualmente, há uma parte de tal trabalho que vem ganhando destaque: o trabalho prazeroso, que agrada ao infante e não o prejudica. Surge, assim, uma faceta peculiar do trabalho infantil.

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