Solidariedade orgânica na legitimação do pensamento capitalista.
Diante da objetivação e esclarecimento do funcionamento do
fato social e suas derivações dever-nos-íamos enxergar como impotentes sociais,
como elementos transitórios de uma forma maior, de um fatalismo coletivista.
Falar de fatalismo
no caso de Durkheim é analisar a sociedade moderna pautada na solidariedade
orgânica (entenda-se solidariedade desvinculada da concepção cristã, e pautada
nos laços que mantém os homens unidos).
Esta visão de
sociedade racional e contemporânea recebe tal denominação por clara relação
biológica de elementos divergentes nas funções sociais (órgão) na construção
concisa por laços de interdependência de cada um dos organismos que a compõe (sistemática
corpórea como um todo).
Tal concepção poderia
claramente servir de apoio e justificativa na firmação do pensamento
capitalista de sustentação das divergências nas classes sociais. Estar
determinado a cumprir certo papel na sociedade, e pelo cumprimento do
mesmo mantêm-se a ordem social, legítima as desigualdades com a máscara dos
individualismos.
Acreditar que qualquer ameaça à essa ordem "organicista" deve ser amputada, evitando-se as possíveis anomias como esfacelamento
social é negar a raça humana como elemento comum e compactuar com o antagonismo
do miserável ao gozador monetário.
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