quinta-feira, 24 de maio de 2012

Fato social ou econômico?

      Ao contrário do que aquilo que afirma Durkheim,em “As regras do método sociológico”,na sociedade contemporânea um fato só existe se houver uma finalidade;mais precisamente,uma finalidade econômica.Émile Durkheim argumenta que os fatos sociais muitas vezes ocorrem apenas como resultado de costumes,pela força do hábito apenas.Porém,com a ascensão do capitalismo enraigado pelo individualismo e interesse meramente econômico,a situação se modificou.
      Atualmente,não se vêem atitudes que não possuam um vínculo com o dinheiro,ou que não possuam um objetivo a ser alcançado.Ongs são criadas todos os dias ao redor do mundo,e não somente com o objetivo de angariar fundos a pessoas carentes ou a crianças doentes,mas também para promover o nome do fundador das mesmas,fazendo sua imagem de “bom samaritano”.O individualismo está presente em todos os âmbitos da sociedade moderna.
      Direitos humanos.Expressão bonita,de forte impacto,sensibiliza as pessoas.Expressão essa,entretanto,só sai do papel quando há interesses econômicos relacionados à questão.A própria ONU,a qual deveria exercer intervenção quando houvessem violações aos direitos humanos,só é eficaz quando a economia de seus países-membros corre risco de ser afetada por tais violações.Quando a “desumanidade” pode acarretar a alta do preço dos barris de petróleo a ONU prontamente faz uma intervenção,até mesmo quando não seria necessário fazê-la;por outro lado na Somália,onde não há interesse econômico nenhum,alimentos doados são trocados por armamentos e ninguém faz intervenção alguma.
      O que se vê hoje,é uma sociedade na qual só há ações quando se há finalidades.Os fins não só justificam os meios como também servem de estímulo para que se inicie o posicionamento e a tomada de atitude.A “força exclusiva do hábito” não mantém um fato social no século XXI.

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